sexta-feira, 3 de setembro de 2010

"Rocknrolla"

“Rocknrolla – A Grande Roubada” (Rocknrolla, 2007), do diretor Guy Ritchie, é um daqueles filmes para não ser levado a sério. Para curtir o longa, o espectador tem que estar comprometido apenas com as boas piadas e diálogos espirituosos, esquecendo assim bastante o roteiro, que não é lá grande coisa. Feito isso: a diversão é garantida. Ritchie resgata o estilo narrativo que lhe deu fama com o excelente “Jogos, Trapaças e dois Canos Fumegantes” (Lock, Stock and two Smoking Barrels, 1998) e cria uma história recheada de confusões que envolvem o submundo do crime em Londres. Desta vez, o diretor não se mostrou tão inspirado quanto em seu filme de estréia, mas “Rocknrolla” não é nem de longe um filme descartável. O pano de fundo da história mostra o domínio da máfia russa sobre o futebol inglês, o que vai atrair o encontro de vários tipos de bandido: de chefões da máfia até vigaristas fajutos, numa grande rede de trapaças e confusões. Com narração em off, Ritchie apresenta a hierarquia deste submundo londrino de modo que o espectador não se perca dentre tantos tipos de criminosos diferentes. As situações mais engraçadas são vividas pelo trio One Two (Gerard Butler), Mumbles (Idris Elba) e Handsome Bob (Tom Hardy). Juntos, eles foram enganados pelo maior mafioso da região, Lenny Cole (Tom Wilkinson), e seu braço direito Archie (Mark Strong), e agora precisam arrumar um jeito para levantar uma alta grana e pagar o que devem a Cole, antes que o bam-bam-bam da área corte a cabeça deles. Para se safar, o trio aceita trabalhar para Stella (Thandie Newton), contadora de confiança de um grande mafioso russo que veio para Londres atraído pela expansão imobiliária que eclodiu nos últimos anos na Inglaterra. Stella contrata One Two e Cia para assaltar o russo quando este for levar o dinheiro de um negócio que havia acertado com Cole. Por outro lado, o chefão da máfia de Londres também se vê em maus lençóis quando o quadro de estimação dado pelo russo como garantia da sociedade selada entre os dois some. Tranqüilo, achando que terá tempo para encontrar a pintura a óleo antes da conclusão do acordo com o russo, Cole se torna mais um a ter que se “virar” quando o chefão da Rússia pede para ter de volta o objeto. A partir daí, Cole entra numa busca incessante pelo quadro a fim de que o russo não descubra que um dia a pintura desapareceu. Enquanto isso, os milhões que selariam a sociedade entre os dois chefões vão parar nas mãos de Stella e One Two, que acabam levando a grana não somente na primeira, mas nas duas vezes que o russo transporta o dinheiro para Cole. Aí já dá para perceber como as histórias vão se cruzar e é hilário acompanhar como se estabelece o clima de paranóia e desconfiança entre Cole e o russo. É claro que um fica achando que o outro está querendo lhe passar para trás, quando na verdade ambos são vítimas de golpes de terceiros. Ainda entra na história Johnny Quid (Toby Kebbell), que acaba se tornando a personificação do verdadeiro “rocknrolla”. Quid aparece como suspeito de estar com o requisitado quadro, mas pelo fato de ser considerado um roqueiro morto, a caçada de Cole para reaver a pintura se torna mais complicada. Para amarrar ainda mais a relação entre os personagens, Quid vem a ser enteado e grande desafeto do próprio Cole. Guy Ritchie constrói sua trama com um ritmo eletrizante e bastante adrenalina. O diretor lança mão dos recursos visuais para tornar seu filme mais bacana. As tomadas em slow motion e depois aceleradas, assim como os cortes videoclípticos, conferem um conceito bem cool a “Rocknrolla”. A trilha sonora, incrivelmente bem casada com as cenas, também ajuda a tornar o filme mais interessante. A La Tarantino, mas sem o mesmo talento e inspiração, Ritchie realiza um filme mais de comédia do que sobre a máfia propriamente dita. Se o espectador for assistir “Rocknrolla” com o propósito de conferir um longa sobre corrupção e máfia vai se decepcionar. Agora se o objetivo é se divertir e dar boas risadas, este é um prato cheio.


Por Gabriel Von Borell



ficha técnica:

título original:RocknRolla
gênero:Ação
duração:01 hs 54 min
ano de lançamento:2008
estúdio:Dark Castle Entertainment / Toff Guy Films
distribuidora:Warner Bros.
direção: Guy Ritchie
roteiro:Guy Ritchie
produção:Steve Clark-Hall, Susan Downey, Joel Silver e Guy Ritchie
música:Steve Isles
fotografia:David Higgs
direção de arte:Neal Callow e Andy Nicholson
figurino:Suzie Harman
edição:James Herbert
efeitos especiais:Rushes Post Production

elenco:

Gerard Butler (One Two)
Tom Wilkinson (Lenny Cole)
Thandie Newton (Stella)
Mark Strong (Archie)
Idris Elba (Mumbles)
Jeremy Piven (Mickey)
Blake Ritson (Johnny Sloane)
Karel Roden (Uri Omovich)
Bronson Webb (Paul)
Michael Ryan (Pete)
Tom Hardy (Handsome Bob)
Matt King (Cookie)
Toby Kebbell (Johnny Quid)
David Leon (Malcolm)
Dragan Micanovic (Victor)
Riffany Mulheron (Jackie)
Ludacris (Roman)
Nonso Anozie (Tank)
David Bark-Jones (Bertie)
Gemma Arterton (June)
Geoff Bell (Fred)
Morne Botes (Jimmy)


3 comentários:

  1. Oi Gabriel
    Nossa acho que esse filme deve ser muito bom gosto do Butler, comprei Seven que é ótimo.
    Esse filme que eu coloquei o trecho é romantico e triste mas vale a pena ver.
    Bjs

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  2. Será que é bom?!!
    Só não pode ter pitada de comédia pastelão!

    ah, estava lhanso suas músicas prediletas...nossa!!! Mesmo gosto musical que eu.
    Aumenta que isso aí é rock in roll!!!
    bjos, até breve!

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  3. Oi Gabriel, tudo bem?
    Menino, parece ser legal esse, ñ vou dizer ótimo, mas legal, rs
    Pois é memino, estamos sempre a sua mercê, rsrs
    Abraços

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