terça-feira, 28 de abril de 2009

"Candy"


O primeiro filme do diretor australiano Neil Armfield, “Candy" (Candy,2006), é uma primorosa história sobre a vida de dois viciados em drogas. Se por um lado o longa de Armfield peca pela falta de originalidade (o universo das drogas é bem recorrente no cinema mundial), por outro acerta em cheio ao tratar do assunto com tamanha sensibilidade. As aventuras e desventuras do casal junkie Dan e Candy (a personagem feminina que dá nome ao filme) são memoráveis e conduzem o espectador por uma montanha-russa de emoções. “Candy” acompanha a via-crúcis do apaixonado casal pelo mundo das drogas. Desde o primeiro momento de euforia e felicidade até a chegada ao fundo do poço. É um mergulho profundo na vida daqueles que caminham em direção à perdição das drogas. Uma viagem alucinante de angústia, dor, ansiedade, sensações, prazer, medo e sofrimento. Logo na primeira cena de “Candy” já somos apresentados à rotina dos dois viciados. O filme começa com Dan (Heath Ledger) tentando reanimar Candy (Abbie Cornish), que apagou depois de uma sessão de uso abusivo de heroína. Dan, de forma completamente improvisada, aplica uma injeção de sal na veia da namorada, numa tentativa desesperada de trazer Candy de volta à vida. O método dá certo mas o casal não se mostra nem um pouco preocupado com as conseqüências de seus atos. Como namorados, a dupla demonstra bastante sintonia embora tenha personalidades bem diferentes. Talvez isso é que tenha atraído os dois. Dan é um sujeito tranqüilo e confuso. Ele não tem trabalho, não estuda, não tem família, nem perspectiva de futuro. Já Candy é uma jovem mimada que desde pequena coleciona conflitos com os pais, sempre teve tudo de mão beijada e se comporta de forma bem temperamental. Ao conhecer Dan, ela afunda no universo dos junkies . Os dois experimentam as drogas como se tivessem encontrado o paraíso, mas não demora muito até perceberem que este é um caminho cheio de espinhos. Sem dinheiro, o casal faz mil e uma coisas para sustentar seu vício. Vale quase tudo: se prostituir, roubar, trapacear, até dar golpes bancários. Volta e meia eles recorrem a Caspie (Geoffrey Rush), uma espécie de padrinho de Dan que o ajuda nos momentos difíceis. Mesmo levando a vida de forma completamente irresponsável, o casal resolve se casar. Mas o estilo de vida dos dois continua o mesmo. Para piorar, Candy descobre sua gravidez. E aí a dupla inicia uma frustrada tentativa de se livrar da heroína. As crises de abstinência são terríveis e o espectador acompanha tudo bem de perto. Como os dois não conseguem largar a droga, Candy acaba sofrendo um aborto espontâneo. A cena com um feto humano morto sendo acariciado pelo personagem de Heath Ledger é bem impactante. Desse momento em diante, o casal entra em uma decadência enorme, que culmina com a separação de Dan e Candy. Ela vai parar numa clínica de reabilitação, e ele tenta dar a volta por cima trabalhando sem parar. O reencontro do casal acontece em uma cena bonita e poética. O problema é que as perspectivas dos dois jovens mudaram. O momento atual é perfeito para Dan e Candy ficarem juntos, como nunca foi. Mas a reconciliação poderia trazer de volta experiências que não foram boas. Hoje, com ambos levando uma vida saudável, talvez seja melhor andarem por caminhos distintos. Retomar aquele relacionamento poderia significar um novo mergulho para autodestruição. A ótica do diretor de “Candy” prima pela delicadeza e faz o espectador refletir e contemplar a caminhada de dois personagens em busca da redenção.


Por Gabriel Von Borell



Ficha Técnica
Título Original: Candy
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 116 minutos
Ano de Lançamento (Austrália): 2006
Estúdio: Renaissance Films / Paradigm Hyde Films / Film Finance Corporation
Distribuição: California Filmes
Direção: Neil Armfield
Roteiro: Neil Armfield e Luke Davies
Produção: Margaret Fink e Emile Sherman
Música: Paul Charlier
Fotografia: Garry Phillips
Desenho de Produção: Robert Cousins
Figurino: Jodie Fried
Edição: Dany Cooper

Elenco
Heath Ledger(Dan)
Abbie Cornish (Candy)
David Argue (Lester)
Paul Blackwell (Phillip Dudley)
Tom Budge (Schumann)
Jason Chan (Dr. Lao)
Nathaniel Dean (Paul Hillman)
Noni Hazlehurst (Elaine Wyatt)
Damon Herriman (Roger Moylan)
Tony Martin (Jim Wyatt)
Tim McKenzie (Tio Rod)
Tara Morice (Tia Katherine)
Geoffrey Rush (Casper)

sábado, 25 de abril de 2009

"Wolf Creek - Viagem ao Inferno"


Com o mérito de ter feito barulho nos principais festivais de cinema em 2005, “Wolf Creek – Viagem ao Inferno” (Wolf Creek, 2005) é um filme de terror como pouco se vê hoje em dia. Não que o diretor australiano e estreante Greg McLean tenha feito um longa perfeito, mas ganha destaque em meio a tantas produções fuleiras do gênero que são lançadas todos os anos. McLean também assina o roteiro e a produção de "Wolf Creek". O diretor não fez apenas mais um filme sobre mochileiros que são atraídos para a morte em uma cidade distante e isolada. A história de McLean é centrada no medo, na imprevisibilidade do próximo instante. E esse talvez seja o maior ponto do filme. O terror psicológico é mais angustiante que as cenas de tortura. A carnificina fica um pouco de lado para que o suspense tome conta do público. O roteiro simples e criativo também contribui para o resultado final. Baseado em fatos reais, "Wolf Creek - Viagem ao Inferno" conta a aventura de três jovens pela Austrália. As inglesas Liz (Cassandra Magrath) e Kristy (Kestie Morassi) se juntam ao australiano Ben (Nathan Phillips), que promete ser o guia das moças na excursão pelo seu país. A idéia principal do grupo é visitar uma isolada cratera no meio do deserto australiano chamada Wolf Creek, onde um meteoro caiu há milhares de anos. Para tal feito, os jovens arrumam um velho carro, já que nenhum deles tem grana suficiente para conseguir uma máquina mais potente. Depois de horas de viagem, o grupo finalmente chega ao Parque Nacional de Wolf Creek. Tudo é maravilhoso na chegada, mas o antigo automóvel pára de funcionar quando os jovens resolvem deixar o local . Isolados no meio do nada, sem nenhum tipo de comunicação com o mundo, eles se desesperam. Até que surge um caminhão e desce um caipira de meia idade( o veterano John Jarratt) disposto a ajudar o grupo. Nem é preciso dizer que aqui começa o drama do trio. Clichês à parte, o homem se apresenta como Michael, se comporta de forma bastante agradável e ganha a simpatia dos jovens. O caipira dá uma olhada no motor do carro dos jovens e diz que só teria como ajudá-los no seu afastado acampamento. Diante da promessa de conserto grátis, os jovens não têm outra saída a não ser aceitar a proposta daquela figura aparentemente simpática. Michael, então, reboca o carro do grupo com seu caminhão. Quando chegam ao acampamento, o caipira compartilha sua vida com os jovens e cria uma aproximação maior. Mas o trio de mochileiros nem imagina o que está prestes a acontecer. Papo vai, papo vem, Liz adormece e quando acorda percebe que seus amigos não estão por perto. A jovem então escuta alguns barulhos vindos do interior da cabana de Michael. Ao se aproximar, ela nota sua amiga sendo cruelmente torturada pelo caipira assassino. A partir desse momento, os três jovens iniciam uma batalha desesperada para se manterem vivos. Enquanto o assassino não pretende de forma nenhuma deixá-los escapar. O cenário de "Wolf Creek - Viagem ao Inferno" constrói um clima de isolamento que faz com que o espectador sinta o drama dos personagens com uma angústia ainda maior. O tratamento estético ajuda a compor o mérito do filme. McLean consegue explorar bem os personagens já que o filme conta apenas com os três jovens e o caipira psicopata. E assim o público também cria uma relação mais intensa com esses personagens. A atuação dos jovens atores é convincente e ajuda nesse processo. Por essas e por outras é que "Wolf Creek" merece ser conferido.


Por Gabriel Von Borell



Ficha Técnica
Título Original: Wolf Creek
Gênero: Terror
Tempo de Duração: 99 minutos
Ano de Lançamento (Austrália): 2005
Site Oficial: www.wolfcreekmovie.com
Estúdio: True Crime Channel / Best FX / South Australian Film Corporation
Distribuição: Imagem Filmes / The Weinstein Company LLC
Direção: Greg McLean
Roteiro: Greg McLean
Produção: David Lightfoot e Greg McLean
Música: Frank Tetaz
Fotografia: Will Gibson e Brandon Trost
Desenho de Produção: Robert Webb
Direção de Arte: Robert Webb
Edição: Jason Ballantine


Elenco
John Jarratt (Mick Taylor)
Cassandra Magrath (Liz Hunter)
Andy McPhee (Bazza)
Kestie Morassi (Kristy Earl)
Nathan Phillips (Ben Mitchell)
Peter Alchin (Oficial de polícia)
Guy Petersen

terça-feira, 21 de abril de 2009

"Austrália"


Em “Austrália” (Australia,2008), o diretor australiano Baz Luhrmann conta uma história mágica e envolvente sobre o seu país. Trabalhando pela segunda vez com Nicole Kidman (que protagonizou Moulin Rouge, de 2001, também do diretor), Luhrmann traz ao público seu trabalho mais grandioso. As atuações de Nicole Kidman e Hugh Jackman são outro espetáculo à parte, embora seus melhores momentos sejam marcados por cenas individuais. “Austrália” é um longa de 165 minutos que conta várias histórias e muitas vezes parece ser um novo filme dentro do mesmo filme. A trama passa por vários gêneros. No início soa como comédia, para logo em seguida parecer um western, depois conta um belo romance, para terminar em uma história de guerra e tragédia. Seria um prato cheio para qualquer diretor perder o controle do roteiro. Mas isso não acontece com Luhrmann. Embora com tantos enredos, as histórias não se apresentam de forma desconexa. “Austrália” leva à telona uma grande aventura, os planos abertos fazem o espectador viajar pelas belas paisagens australianas. A fotografia, direção de arte e figurino do filme são primorosos. Assim como os efeitos especiais presentes na história. De maneira geral, a qualidade técnica da obra de Luhrmann é inegável. Antes de seu lançamento, “Austrália” era divulgado como o “...E o Vento Levou” do novo milênio. E de fato o filme tem várias passagens que fazem lembrar o clássico de 1939. A história é narrada pelo garoto Nullah (Brandon Walters) e se inicia justamente em 1939. Em Londres, a aristocrata Lady Ashley, desconfiada dos planos de seu marido que passou o último ano na Austrália a trabalho, viaja até o longínquo continente para vender a fazenda Faraway Downs, uma antiga propriedade com uma numerosa cabeça de gado. Ao chegar à remota cidade chamada Darwin, Lady Ashley descobre que seu marido fora assassinado e é obrigada a tomar frente da fazenda e definir o que será feito dela. O caipira mal-educado Drover (Hugh Jackman) é quem fica a cargo de ajudar a dama a administrar a propriedade. A aristocrata inglesa conhece também Nullah, uma encantadora criança aborígene que vive na fazenda. Mas nem tudo são flores. Lady Ashley fica sabendo dos planos do mau-caráter Neil Fletcher (David Wenham), funcionário responsável pela boiada, que se alia ao maior proprietário de gado da cidade para juntos destruírem Faraway Downs. Ela demite Fletcher, que por sua vez planeja sua vingança. Lady Ashley e Drover unem forças para lutar contra o cruel Fletcher e embarcam numa grande e emocionante aventura para evitar o fracasso de Faraway Downs. A aproximação da aristocrata e do boiadeiro se torna inevitável e os dois constroem um belo romance em meio à batalha contra Fletcher. A moça também desenvolve um enorme afeto por Nullah, talvez por não poder ter filhos. Aliás, para o espectador, a relação entre “mãe e filho” acaba se tornando mais forte que a do casal. Ao mesmo tempo que eles lutam para livrar a fazenda do fracasso, a segunda guerra mundial estoura e chega à costa da Austrália pelas mãos do império japonês. Esse terrível evento obriga Lady Ashley a se separar de Drover e Nullah. Agora ela tem que se esforçar para sobreviver em meio a bombardeios e ataques aéreos que destroem a cidade. Lady Ashley inicia uma busca emocionante para reencontrar Nullah e Drover. E ainda é preciso tentar escapar da fúria de Neil Fletcher, que deseja sua vingança à qualquer custo. Mas Lady Ashley e Cia contam com a ajuda mística do velho King George (David Gulpilil), avô de Nullah que representa uma entidade de poderes mágicos. O desfecho do filme emociona o espectador e atesta o talento de Baz Luhrmann. “Austrália” é um filme espetacularmente bem filmado que tem o propósito de passar toda a sua magia para quem assiste à saga que ali é contada.


Por Gabriel Von Borell


Ficha Técnica
Título Original: Australia
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 165 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2008
Site Oficial: www.australiafilme.com.br
Estúdio: 20th Century Fox Film Corporation / Bazmark Films
Distribuição: 20th Century Fox Film Corporation
Direção: Baz Luhrmann
Roteiro: Stuart Beattie, Baz Luhrmann, Ronald Harwood e Richard Flanagan, baseado em estória de Baz Luhrmann
Produção: G. Mac Brown, Catherine Knapman e Baz Luhrmann
Música: David Hirschfelder
Fotografia: Mandy Walker
Desenho de Produção: Catherine Martin
Direção de Arte: Ian Gracie e Karen Murphy
Figurino: Catherine Martin
Edição: Dody Dorn e Michael McCusker
Efeitos Especiais: Animal Logic / Complete Post / Hydraulx / Fuel International / Lola Visual Effects / Rising Sun Pictures / Photon VFX / Digital Pictures Iloura / Evil Eye Pictures / The LaB Sydney / Framestore

Elenco
Nicole Kidman (Sarah Ashley)
Hugh Jackman (Drover)
Ray Barrett (Bull)
Bryan Brown (Rei Carney)
Tony Barry (Sargento Callahan)
Essie Davis (Cath Carney)
Arthur Dignam (Padre Benedict)
Sandy Gore (Gloria Carney)
David Gulpilil (Rei George)
Jamie Gulpilil (Porter)
Jacek Koman (Ivan)
Ben Mendelsohn (Capitão Dutton)
David Ngoombujarra (Magarri)
Angus Pilakui (Goolaj)
Bruce Spence (Dr. Barker)
Kerry Walker (Myrtle Allsop)
David Wenham (Neil Fletcher)
Brandon Walters (Nullah)

sexta-feira, 17 de abril de 2009

"O Albergue: parte II"


Em “O Albergue: parte II” (Hostel: part II, 2007), o diretor Eli Roth consegue fazer uma continuação coerente e assustadora do original “O Albergue” (Hostel, 2006). A direção segura de Eli faz com que sua sequência não seja apenas uma sucessão de eventos em função do filme anterior, mas sim um desdobramento que agrega novos sentidos e gera novo fôlego ao enredo. “O Albergue: parte II” não é tão cheio de carnificina quanto o primeiro, assim como não se vale de muita nudez e sexo. Mas as cenas de tortura continuam fortes e violentas. Em uma delas acontece, literalmente, um banho de sangue capaz de fazer o espectador mais resistente se contorcer na cadeira. Porém, aqueles que querem apenas ver as sanguinárias sequências de tortura podem se decepcionar um pouco. A primeira metade do filme é dedicada à construção dos personagens e sobre o que está por trás da macabra organização na Eslováquia , que atrai vítimas para serem cruelmente assassinadas por pessoas normais. Só depois disso é que a “ação” acontece de fato. Diferentemente de “O Albergue”, dessa vez os inocentes atraídos para o desconhecido país do Leste Europeu são mulheres. Os assassinos também ganham destaque e isso traz uma nova perspectiva. O espectador passa a imaginar o que leva magnatas podres de rico a viajarem pra um lugar distante para matar jovens inocentes por pura diversão. E a história recomeça do ponto em que parou. O filme inicia com o mochileiro Paxton (Jay Hernandez) vivendo escondido (depois de conseguir fugir do albergue) com a namorada numa comunidade afastada por causa do medo de ser descoberto pela tal organização. O único sobrevivente do primeiro filme não tem coragem de ir à polícia contar tudo sobre o que ele passou e denunciar o que acontece na Eslováquia. Porém, como em qualquer filme de terror, o esforço é em vão e, numa manhã comum, a namorada de Paxton o encontra decapitado na mesa de café. Neste momento, o filme ruma para a Itália, onde somos apresentados a três americanas que estudam arte numa rica escola veneziana. Beth (Lauren German) vive da enorme herança deixada por sua mãe. A fogosa Whitney (Bijou Phillips) é sua melhor amiga e companheira de aventuras. E Lorna (Heather Matarazzo) é a esquisita colega de classe das duas. Beth e Whitney estão a caminho de Praga e acabam convidando Lorna para se juntar a elas. E com a intervenção de Axelle (Vera Jordanova), a modelo das aulas de arte, elas acabam trocando o destino da viagem e vão parar no sanguinário albergue na Eslováquia. Assim que chegam ao local, o rapaz da recepção trata logo de escanear seus passaportes e enviar as imagens para a organização, dando início a um leilão virtual para as três novas vítimas da sociedade, conhecida como Elite Hunting. Os americanos Todd (Richard Burgi) e Stuart (Roger Bart) arrematam as garotas e seguem para Eslováquia para dar cabo dos seus planos. A partir deste momento, o filme se divide entre as aventuras das três jovens rumo ao seus trágicos destinos e a transformação de Todd e Stuart, de homens comuns a assassinos impiedosos. Em meio a isto, o processo por trás da organização é completamente revelado. O espectador fica sabendo, por exemplo, que os clientes assinam contratos que os obrigam a levar o assassinato até o final. Se descobre também que todos eles são tatuados no antebraço para marcar para sempre sua ligação com a organização, além de receberem um bip que os avisa sobre o exato momento em que terão que cumprir o prometido. O clímax chega, logicamente, quando Beth, a mocinha, é capturada e fica sabendo de toda a trama. Ao descobrir que suas amiga estão mortas, ela faz de tudo para conseguir escapar daquele lugar. O desfecho de “O Albergue: parte II” acaba sendo bem diferente do anterior e surpreende ao mostrar uma reviravolta que ninguém poderia imaginar. Um final bem original para uma continuação que muitos achavam que não daria certo.

Por Gabriel Von Borell



Ficha Técnica
Título Original: Hostel: Part II
Gênero: Terror
Tempo de Duração: 93 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2007
Site Oficial: www.hostel2.com
Estúdio: Screem Gems / Truenorth Productions / International Production Company / Lionsgate / Raw Nerve / Next Entertainment
Distribuição: Lionsgate / Sony Pictures Entertainment / Columbia Pictures
Direção: Eli Roth
Roteiro: Eli Roth, baseado nos personagens criados por Eli Roth
Produção: Chris Briggs, Mike Fleiss e Eli Roth
Música: Nathan Barr
Fotografia: Milan Chadima
Desenho de Produção: Robb Wilson King
Direção de Arte: David Baxa e Daniel Newton
Figurino: Susanna Puisto
Edição: George Folsey Jr. e Brad E. Wilhite
Efeitos Especiais: Barbed Wire / Phantom Effects

Elenco
Lauren German (Beth)
Roger Bart (Stuart)
Heather Matarazzo (Lorna)
Bijou Phillips (Whitney)
Richard Burgi (Todd)
Vera Jordanova (Axelle)
Jay Hernandez (Paxton)
Jordan Ladd (Stephanie)
Stanislav Ianevski (Miroslav)
Zuzana Geislerová (Inya)
Milan Knazko (Sasha)
Monika Malacova (Sra. Bathory)
Davide Dominici (Riccardo)
Petr Vancura (Pavel)
Roman Janecka (Roman)
Edwige Fenech (Professora)
Ruggero Deodato (Canibal)

segunda-feira, 13 de abril de 2009

"Espelhos do Medo"


Mais uma refilmagem de um filme asiático de terror, “Espelhos do Medo” (Mirrors, 2008), do diretor francês Alexandre Aja, consegue prender a atenção do telespectador em meio a uma história um pouco batida. O clima tenso e a trilha sonora eficiente, aliado ao cenário macabro e sombrio, fazem com que o filme supere a fragilidade do enredo, que tem sua fórmula desgastada pelos diversos filmes do gênero que já foram produzidos nos últimos anos. Embora às vezes o filme pareça um tanto inconstante, já que tem cenas de arrepiar os cabelos, e algumas cenas de gosto duvidoso, como um corte de garganta logo no início da trama e uma abertura de mandíbula na banheira. Depois de filmar o bom “Viagem Maldita”(The Hills Have Eyes, 2006), Aja parece ter gostado de flertar com o gênero terror e mostra ter pulso firme para não errar a mão e fazer de um roteiro fraco algo que não se torne uma cilada. Kiefer Sutherland, o famoso Jack Bauer do seriado “24 Horas”, no papel de Ben Carson, interpreta um ex-detetive afastado da Polícia de Nova York em crise e atormentado por um incidente que causou seu afastamento da polícia. O episódio o levou a se afundar no vício do álcool. Para piorar, ele foi abandonado pela mulher Amy (Paula Patton) e filhos, que não agüentavam mais a situação. Carson acaba morando no sofá da irmã mais nova, Angela (Amy Smart), que solidária ao irmão, tenta ajudá-lo a dar a volta por cima. Tentando se recuperar e ter sua família de volta, ele aceita um emprego como vigia noturno de uma imensa loja de departamentos, que outrora era uma referência de luxo e glamour, e que foi incendiada, causando a morte de muitos inocentes. Hoje, o local não passa de uma sinistra mansão abandonada. Nem é preciso dizer que logo no primeiro dia de ronda do ex-detetive coisas estranhas começam a acontecer. Os espelhos que cercam o lugar por todos os lados parecem esconder algo de sobrenatural e tentar manipular a realidade. Até o momento em que Carson vê seu próprio reflexo distorcido diante do espelho. Logo em seguida, ele começa uma incessante batalha para não deixar que seu reflexo seja aprisionado pelos espelhos. E não demora muito até que também seja preciso fazer o mesmo por sua família. O ex-detetive ainda precisa lutar contra o ceticismo de todos que o cercam, já que todo mundo começa a achar que ele está ficando louco por afirmar que os espelhos podem fazer mal às pessoas. O fato de já ter sido detetive, contribui para que Carson consiga desvendar o mistério por trás dos espelhos. E ao investigar o desaparecimento do antigo segurança do local, a quem ele substituiu, Carson descobre o que pode estar causando toda essa série de eventos. Numa corrida contra o tempo, ele vai em busca do mistério para tentar livrar sua família de todo o mal. No final das contas, depois de assistir ao filme, você, involuntariamente, pensa duas vezes antes de encarar sua própria imagem refletida no espelho.


Por Gabriel Von Borell




Ficha Técnica
Título Original: Mirrors
Gênero: Terror
Tempo de Duração: 110 minutos
Ano de Lançamento (EUA / Romênia): 2008
Estúdio: Castel Film Romania / New Regency Pictures / Regency Enterprises
Distribuição: 20th Century Fox Film Corporation
Direção: Alexandre Aja
Roteiro: Alexandre Aja e Grégory Levasseur, baseado em roteiro de Kim Sung-ho
Produção: Alexandra Milchan, Alexandre Aja, Marc Sternberg, Grégory Levasseur e Moritz von der Groeben
Música: Javier Navarrete
Fotografia: Maxime Alexandre
Desenho de Produção: Joseph C. Nemec III
Direção de Arte: Stephen Bream, Vlad Roseanu e Malcolm Stone
Figurino: Michael Dennison e Ellen Mirojnick
Edição: Baxter
Efeitos Especiais: & Company / LOOK! Effects / Rez-Illusion / Agog Special Effects / Event Horizon / K.N.B. Effects Group


Elenco
Kiefer Sutherland (Ben Carson)
Paula Patton (Amy Carson)
Cameron Boyce (Michael Carson)
Erica Gluck (Daisy Carson)
Amy Smart (Angela Carson)
Mary Beth Peil (Anna Esseker)
John Shrapnel (Lorenzo Sapelli)
Jason Flemyng (Larry Byrne)
Tim Ahern (Dr. Morris)
Julian Glover (Robert Esseker)
Josh Cole (Gary Lewis)
Ezra Buzzington (Terrence Berry)
Aida Doina (Rosa)
Darren Kent (Jimmy Esseker)
Roz McCutcheon (Mãe de Jimmy)