domingo, 31 de maio de 2009

"Margot e o Casamento"


O diretor do elogiado “A Lula e a Baleia” (The Squid and the Whale, 2005), Noah Baumbach, volta à cena com seu trabalho mais ousado em “Margot e o Casamento” (Margot at the Wedding, 2007). E traz Nicole Kidman e Jennifer Jason Leigh em uma das maiores interpretações da carreira das duas atrizes. A química entre elas é perfeita e imediata, criando momentos memoráveis em cena. Noah Baumbach também nos dá a chance de descobrir que Jack Black é de fato um grande ator, provando que pode interpretar personagens mais densos e sérios. Isto sem perder sua veia cômica a pedido de Baumbach. Com um roteiro primoroso, o diretor apresenta um filme sobre a sinceridade nas relações humanas. Baumbach esmiuça os defeitos que todo ser humano tem e os conflitos que os mesmos podem gerar. Na trama, todos os personagens são extremamente francos, quase cruéis em alguns momentos. E ninguém escapa da mira da sinceridade justamente porque todos têm sua carga de imperfeição e complexidade. “Margot e o Casamento” é um longa sobre a dificuldade das pessoas em se relacionar com o próximo. Neste caso o enredo gira em um contexto familiar. A dose de humanidade é tão característica no filme que em alguma hora você se identifica com algum personagem, mesmo que não seja por uma medida muito nobre. É um confronto constante com a realidade. Com aquilo que queremos e não queremos enxergar no próximo. As pessoas podem ser tão íntimas e ao mesmo tempo tão estranhas uma das outras. Podemos dividir vivências, compartilhar segredos, participar de muitas situações com aqueles que amamos. E ainda assim nos sentir como se não conhecêssemos aquela pessoa em determinados momentos, a ponto de não poder delimitar até onde vai o amor ou ódio. Ou até mesmo, a verdade e a mentira. E tudo isto é sentido pelo público. O diretor americano mostra o quanto a verdade incomoda, fere, machuca. Mas talvez seja necessário para construir um relacionamento sólido. O filme se inicia no meio da ação, com uma narrativa não linear que dá o tom de “Margot e o Casamento”. Como o filme está sempre se movendo, o espectador sente como se estivesse vivendo com aquelas pessoas, participando daquelas situações. As tomadas longas de Baumbach aliada aos movimentos de sua câmera geram uma dose de realismo gigantesca. A escalação de um excelente elenco também ajuda. Margot (Nicole Kidman), viaja com seu filho, Claude (Zane Pais), até a casa de sua família para o casamento da sua irmã, Pauline (Jennifer Jason Leigh). As duas não se falam há bastante tempo, mas Margot acha a sua presença e de Claude importante para apoiar a irmã neste momento. Quando Margot conhece o futuro marido de Pauline, Malcolm (Jack Black), de imediato surge o primeiro problema. Ela não entende como Pauline pode se casar com um sujeito de aparência desleixada, sem trabalho, que é músico frustrado e passa seu tempo escrevendo cartas para jornais e revistas. Margot é impiedosa e critica a todos desde a sua chegada. Ela não poupa ninguém. A personagem de Nicole Kidman domina e controla as ações e é a figura que busca expor os relacionamentos familiares dentro do filme. Enquanto Pauline está prestes a se casar, o casamento de Margot com Jim (John Turturro) está ruindo e seu retorno à cidade onde cresceu a leva a manter um caso com Dick (Ciarán Hinds). Margot procura expor os defeitos nos outros para disfarçar seus próprios defeitos. Claude não foge muito ao exemplo da mãe em alguns momentos da história. Ele é um garoto incompreendido muitas vezes e busca o tempo todo a aprovação da mãe, que parece estar alheia aos problemas do filho. Pauline é o completo oposto da irmã. Ela é uma mulher doce e insegura, que durante toda sua vida também buscou a aprovação de Margot para tudo que fazia. Embora pareça fria, Margot se culpa por ser como ela é. Enquanto Pauline se irrita por se preocupar tanto com o julgamento da irmã. Convivendo juntas novamente, as duas tentam acertar os ponteiros e recuperar a cumplicidade e companheirismo de outrora. As relações em “Margot e o Casamento” são bem intensas e deixam marcas profundas. A melancolia constrói o clima do filme e um humor ácido e devastador está sempre presente nos diálogos. Os personagens parecem ter uma vontade enorme de gritar, de extravasar suas angústias que durante muito tempo ficaram reprimidas. Como em uma das primeiras cenas, quando Claude vai até o local que separa os vagões do trem e começa a gritar até sentir que colocou tudo para fora. Aliás, o garoto Zane Pais é uma grande revelação. Dividiu a cena com Nicole Kidman de forma admirável. O final de “Margot e o Casamento” é simples e bonito. Como se Noah Baumbach estivesse encerrando um capítulo de uma história que ainda tem muito para contar. Assim como acontece na vida de todos nós.


Por Gabriel Von Borell




Margot e o Casamento
(Margot at the Wedding, Estados Unidos, 2007)
Direção: Noah Baumbach Roteiro: Noah Baumbach Elenco: Nicole Kidman, Jennifer Jason Leigh, Jack Black, Zane Pais
. Drama. 92 min.

sábado, 23 de maio de 2009

"300"


O cineasta americano Zack Snyder já havia provado seu talento quando refilmou o clássico do terror “Madrugada dos Mortos” (Dawn of the Dead, 2004), mas é com “300” (300, 2007) que Snyder se consagra como um grande diretor. Classificado por muitos como um “neo-épico”, “300” é diferente de todas as grandes histórias contadas no cinema moderno. O filme é uma adaptação da HQ de Frank Miller “300 de Esparta” e tem seus maiores méritos nos efeitos permitidos pela computação gráfica. É como se a história fosse tirada dos quadrinhos e arremessada para a telona. Prova maior da qualidade do longa de Snyder, que domina os recursos estilísticos com muito bom gosto. “300” abusa das cenas em câmera lenta, ou acelerada. De vez em quando também lança uma sequência de forma pausada. Provavelmente a experiência do diretor com videoclipes deve ter ajudado a compor uma arte gráfica tão eficiente. Os embates mostrados no filme são extremamente coreogrados, como um balé em meio a muito sangue e violência. Todos estes elementos reunidos resultam em uma edição bem eletrizante e deixa o espectador ligado na trama. Gerard Butler mostra que é um dos grandes atores da nova geração numa interpretação impressionante. Já Rodrigo Santoro dá vida a um vilão com voz e tamanho alterados digitalmente. Seu personagem é coberto por jóias e piercings, e Santoro tem uma performance muito consistente. “300” conta a batalha de Termópilas, quando 300 soldados de Esparta, liderados por seu rei Leônidas (Gerard Butler), junto de alguns poucos gregos livres enfrentam o enorme exército persa. Xerxes (Rodrigo Santoro) é o Imperador-Deus da Pérsia que pretende dominar a Grécia Antiga. O rei Leônidas desobedece a ordem dos oráculos e parte para a batalha, deixando sua mulher, a rainha Gorgo (Lena Headey) e seu filho para trás. As lutas são sangrentas e, embora com um contigente infinitamente menor, os espartanos conseguem deter o avanço dos persas com muita bravura e união. Xerxes é um poço de vaidade e se considera uma verdadeira divindade. O imperador tenta convencer Leônidas a se curvar diante da sua imponência, mas o rei de Esparta busca a vitória a qualquer custo, mesmo que esta não chegue. O mais importante é defender seu povo acima de tudo, nem que para isto seu exército tenha que sangrar até a morte. Enquanto isso, sua rainha Gorgo busca convencer os governates da cidade-estado a enviar reforços para ajudar os espartanos na guerra. Ela acaba se envolvendo numa trama política já que o cruel Theron (Dominic West) pretende atrapalhar seus planos. “300” revoluciona o gênero épico e isto já vale como destaque, e muito.


Por Gabriel Von Borell




Ficha Técnica
Título Original: 300
Gênero: Aventura
Tempo de Duração: 117 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2007
Site Oficial: wwws.br.warnerbros.com/300
Estúdio: Warner Bros Pictures / Virtual Studios / Legendary Pictures / Hollywood Gang Productions / Atmosphere Entertainment MM
Distribuição: Warner Bros
Direção: Zack Snyder
Roteiro: Kurt Johnstad, Zach Snyder e Michael Gordon, baseado em graphic novel de Frank Miller e Lynn Varley
Produção: Mark Canton, Bernie Goldman, Gianni Nunnari e Jeffrey Silver
Música: Tyler Bates
Fotografia: Larry Fong
Desenho de Produção: James D. Bissell
Direção de Arte: Isabelle Guay, Nicolas Lepage e Jean-Pierre Paquet
Figurino: Michael Wilkinson
Edição: William Hoy
Efeitos Especiais: Animal Logic / Lola Visual Effects / Spectral Motion Inc. / Buzz Image Group / Hydraulx / Meteor Studios / Pixel Magic / CA Scanline Production GmbH / Gentle Giant Studios Inc. / Hybride Technologies / Screaming Death Monkey


Elenco
Gerard Butler (Rei Leônidas)
Lena Headey (Rainha Gorgo)
David Wenham (Dilios)
Dominic West (Theron)
Vincent Regan (Capitão)
Michael Fassbender (Stelios)
Rodrigo Santoro (Xerxes)
Andrew Tiernan (Ephialtes)
Andrew Pleavin (Daxos)
Tim Connolly (Pai de Leônidas)
Marie-Julie Rivest (Mãe de Leônidas)
Tyler Max Neitzel (Leônidas - 12 anos)
Tyrone Benskin (Emissário persa)

segunda-feira, 18 de maio de 2009

“Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet”


Em seu primeiro musical, depois de flertar com o gênero em “A Fantástica Fábrica de Chocolate” (Charlie and the Chocolate Factory, 2005) e “A Noiva-Cadáver” (The Corpse Bride, 2005), Tim Burton realiza mais uma obra espetacular com “Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet” (Sweeney Todd: The Demon Barber of Fleet Street, 2007). A adaptação do musical da Broadway escrito por Stephen Sondhein e Hugh Wheeler, ganha uma versão cinematográfica caprichada nas mãos de Burton. A começar pela escalação do elenco. Johnny Depp, em sua 6ª parceria com Tim Burton, dá vida ao barbeiro demoníaco que clama por vingança. Embora fique claro suas limitações vocais, Depp não decepciona e traz ao público mais uma grande interpretação. Seu desempenho em cena, praticamente, nos faz esquecer seu pouco talento para o canto. Inclusive, este papel rendeu a Johnny Depp uma indicação ao Oscar de Melhor Ator. Ele não levou a estatueta, mas faturou o Globo de Ouro como Melhor Ator em Comédia/Musical. Já Helena Bonham Carter, que é esposa de Tim Burton, prova que tem talento e sua escolha para o filme foi bem merecida. A atriz interpreta Sra. Lovett, proprietária de uma loja de tortas que vira parceira de Todd em sua vingança. Carter se torna o par perfeito, para junto de Depp, contar a sanguinária saga de Sweeney Todd. Ela também foi indicada ao Globo de Ouro de Melhor Atriz Comédia/Musical, mas não levou o prêmio. A performance da atriz é impecável e sua personagem ganha uma aceitação maior do que a do protagonista. Não que em cena Carter funcione melhor que Depp, mas ao longo do filme Sra. Lovett se revela uma pessoa doce e ingênua, o que a torna mais humana. Enquanto Sweeney Todd se apresenta como um assassino cruel tomado pelo ódio. Uma criatura sem piedade, quase tão desprezível quanto aquele que destruiu sua vida no passado. Por falar no desafeto do barbeiro da Rua Fleet, o vilão, juiz Turpin, é interpretado magistralmente por Alan Rickman. E Timothy Spall vive seu fiel escudeiro Bamford. Spall encontra a dose exata de cinismo e antipatia que seu personagem exige. Para completar, temos Sacha Baron Cohen em uma participação mais do que especial. Conhecido mundialmente como Borat Sagdiyev, o ator mostra toda sua versatilidade se despindo completamente do personagem que o tornou famoso. Ele é Adolfo Pirelli, barbeiro que concorre com Sweeney Todd. O elenco ainda tem os novatos Jamie Campbell Bower na pele de Anthony Hope, um jovem marinheiro que se apaixona pela filha do barbeiro, Johanna, interpretada por Jayne Wisener, e a esposa de Sweeney Todd, Lucy, papel da atriz Laura Michelle Kelly. Mas os méritos do musical de Tim Burton vão bem além de seu elenco. A partir de sua estética gótica, Burton constrói uma Londres sombria e escura, da forma como seu protagonista a enxerga. A cenografia, figurino e fotografia de “Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet” é brilhante. De uma forma geral, o visual chama a atenção. Não é à toa que o filme ganhou o Oscar de Melhor Direção de Arte. A história se inicia com Benjamin Barker (Johnny Depp) retornando a Londres, depois de ser mantido preso por 15 anos injustamente. No passado, Barker foi mandado para cadeia pelo cruel juiz Turpin (Alan Rickman). O objetivo do vilão era afastar Barker de sua família para que o juiz pudesse conquistar sua esposa Lucy (Laura Michelle Kelly). O barbeiro volta sob o pseudônimo de Sweeney Todd para planejar sua vingança contra Turpin e seu braço-direito Bamford (Timothy Spall). Barker, agora Todd, encontra Sra. Lovett, uma mulher simples que faz torta para serem vendidas na sua falida loja. Ele descobre que sua amada se envenenou e que sua filha, Johanna (Jayne Wisener), está sob a custódia do juiz Turpin. O barbeiro conta com a ajuda do marinheiro Anthony Hope (Jamie Campbell Bower), que se apaixona por Johanna e trama para libertá-la. Enquanto isso, Sweeney Todd volta a trabalhar como barbeiro no andar de cima do estabelecimento da Sra. Lovett. Quando o barbeiro assassino começa a despejar sua ira cortando as gargantas de sua clientela, Sra. Lovett acaba por se tornar sua cúmplice e a carne fresca das vítimas se transforma em recheio para suas tortas, que logo viram sensação na cidade. Como não poderia ser diferente, um musical de Tim Burton não é feito de canções alegres e bonitinhas. Ao terminar de assistir o filme, o espectador não vai sair por aí cantarolando os refrões que escutou. As músicas são pesadas e amargas. O humor negro característico de Burton está tão presente quanto o sangue das vítimas do barbeiro. A exceção fica para as cenas românticas entre Anthony e Johanna. O marinheiro em “I Feel You Johanna” tem sua execução repetida várias vezes e sua melodia gruda no ouvido. O desfecho do filme é trágico e se estabele num contexto bem burtiano. “Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet” pode não agradar àqueles que preferem o convencional, mas com certeza irá satisfazer aos que gostam do estilo excêntrico do diretor.


Por Gabriel Von Borell



Ficha Técnica
Título Original: Sweeney Todd: The Demon Barber of Fleet Street
Gênero: Musical
Tempo de Duração: 116 minutos
Ano de Lançamento (EUA / Inglaterra): 2007
Site Oficial: wwws.br.warnerbros.com/sweeneytodd
Estúdio: DreamWorks SKG / Warner Bros. Pictures / The Zanuck Company / Film IT / Parkes/MacDonald Productions
Distribuição: Warner Bros. Pictures / DreamWorks SKG / Paramount Pictures
Direção: Tim Burton
Roteiro: John Logan, baseado em musical de Stephen Sondheim e Hugh Wheeler
Produção: John Logan, Laurie MacDonald, Walter F. Parkes e Richard D. Zanuck
Fotografia: Dariusz Wolski
Desenho de Produção: Dante Ferretti
Figurino: Colleen Atwood
Edição: Chris Lebenzon
Efeitos Especiais: Gentle Giant Studios / Moving Picture Company / Neal Scanlan Studios


Elenco
Johnny Depp (Sweeney Todd / Benjamin Barker)
Helena Bonham Carter (Sra. Lovett)
Alan Rickman (Juiz Turpin)
Timothy Spall (Beadle Bamford)
Sacha Baron Cohen (Adolfo Pirelli)
Jamie Campbell Bower (Anthony Hope)
Jayne Wisener (Johanna)
Ed Sanders (Toby)
Harry Taylor (Sr. Lovett)
Laura Michelle Kelly (Lucy)

quarta-feira, 13 de maio de 2009

"O Orfanato"


O cinema espanhol nos traz uma grata surpresa com este “O Orfanato” (El Orfanato, 2007). Com produção de Guillermo Del Toro, que apresenta o longa, o filme do diretor estreante J. A. Bayona conta uma história de suspense e terror de forma elegante e assustadora. Nada mal para uma produção que, além de ter um diretor novato, também é o primeiro trabalho de seu montador e de seu diretor de fotografia. E a inexperiência do trio em nenhum momento transparece na tela. Quem vê pode jurar que aquele filme tão bem feito é obra de profissionais bastante experientes. O mérito de “O Orfanato” fica ainda maior quando sabemos que o longa foi produzido com apenas 6,5 milhões de dólares. Não dá pra imaginar o quanto do dedo de Del Toro está presente na história, mas fica muito claro, em algumas cenas, sua influência artística. O acabamento de “O Orfanato” em muitos momentos nos remete ao seu grande sucesso “O Labirinto do Fauno”(El Laberinto Del Fauno, 2006). Assim como uma cena de atropelamento com um close-up no rosto desfigurado da personagem também deixa evidente a marca de Del Toro. Mas J. A. Bayona é de grande importância para o resultado final. O grande feito do diretor catalão foi não abusar dos sustos. Muito pelo contrário, J. A. Bayona reservou os sustos para os grandes momentos, conquistando o mérito de realmente pegar o espectador de surpresa e sem banalizar este recurso, uma falha muito comum do gênero. O plano-sequência na cena do pega-pega com os fantasmas também é outra prova do faro do diretor para o suspense. “O Orfanato” é um filme de terror à moda antiga, daqueles que só de as luzes se apagarem já provoca o medo. Um suspense como só os espanhóis parecem saber fazer atualmente, como já aconteceu com “Os Outros” (The Others, 2001). A força do longa também se vale do talento de Belén Rueda, que interpreta, com maestria, a personagem principal do filme. Numa das melhores atuações do ano. Em “O Orfanato”, Laura (Belén Rueda) é uma mulher que passou sua infância vivendo num retiro para órfãos até ser adotada por um casal. Depois de décadas, Laura decide voltar ao local, que hoje está desativado, e construir um lar para crianças com necessidades especiais. Ela então se muda para o antigo orfanato com seu noivo, Carlos (Fernando Cayo), e seu filho adotivo, Simón (Roger Príncep). Nos primeiros dias na nova casa, Simón fantasia que fez alguns amigos imaginários, mas o casal não dá bola para o fato, achando se tratar apenas de passa-tempo de menino. O garoto passa muito tempo sozinho e Laura espera que, com a chegada das crianças que lá irão morar, Simón esqueça esses devaneios. Até o dia em que, na recepção para a nova garotada, Laura se irrita com as histórias de Simón e lhe dá um tapa. Logo em seguida, o garoto some e todos o buscam por todos os lados. O desespero de Laura é enorme porque Simón é soropositivo e precisa tomar remédios diariamente para controlar o vírus HIV. Meses se passam e nada do garoto aparecer. A polícia local não consegue solucionar o mistério. Laura e Carlos chegam a entrar numa terapia em grupo para superar o acontecido. Porém, a moça ainda acredita que Simón está vivo e inicia uma batalha para tentar provar que não é loucura sua achar que o menino não morreu. Durante sua investigação, Laura descobre coisas apavorantes sobre o orfanato. Ela recorre a todos os métodos, inclusive sessões mediúnicas para desvendar o que acontece naquele casarão sinistro. Numa participação super especial, Edgar Vivar, o famoso Seu Barriga do seriado Chaves, interpreta o especialista em paranormalidade Balaban. O desfecho de “O Orfanato” se desenha numa cena bonita e tocante, cheia de magia e fantasia, muito diferente do que costumamos ver nos filmes de terror que existem por aí. Palmas para a Espanha e seus talentos do Cinema.


Por Gabriel Von Borell




Ficha Técnica
Título Original: El Orfanato
Gênero: Suspense
Tempo de Duração: 100 minutos
Ano de Lançamento (México / Espanha): 2007
Site Oficial: www.theorphanagemovie.com
Estúdio: Wild Brunch / Estudios Picasso / Telecinco / Grupo Rodar / Esta Vivo! Laboratorio de Nuevos Talentos / Rodar y Rodar Cine y Televisión S.L. / TV3 / Warner Bros. Pictures de España
Distribuição: California Filmes
Direção: Juan Antonio Bayona
Roteiro: Sergio G. Sánchez
Produção: Álvaro Augustin, Joaquín Padro, Mar Targarona e Guillermo del Toro
Música: Fernando Velázquez
Fotografia: Óscar Faura
Desenho de Produção: Josep Rosell
Direção de Arte: Iñigo Navarro
Figurino: Maria Reyes
Edição: Elena Ruiz


Elenco
Belén Rueda (Laura)
Fernando Cayo (Carlos)
Roger Príncep (Simón)
Mabel Rivera (Pilar)
Montserrat Carulla (Benigna)
Andrés Gertrúdix (Enrique)
Edgar Vivar (Balaban)
Óscar Casas (Tomás)
Georgina Avellaneda (Rita)
Carla Gordillo Alicia (Martín)
Alejandro Campos (Victor)
Carmen López (Alicia)
Óscar Lara (Guillermo)
Geraldine Chaplin (Aurora)
Carol Suárez (Benigna - jovem)