segunda-feira, 3 de agosto de 2009

"O Menino do Pijama Listrado"

Adaptação do famoso livro de John Boyne, “O Menino do Pijama Listrado” (The Boy in the Striped Pyjamas, 2008), dirigido pelo inglês Mark Herman, é um filme emotivo e impactante. O longa narra uma história sobre o nazismo e suas atrocidades a partir de uma perspectiva diferente das quais estamos habituados. O conflito entre alemães e judeus aqui é retratado sob a ótica ingênua de duas crianças. Um enorme contraste. De um lado está o filho de um militar alemão desfrutando de todas as mordomias que o sistema lhe proporciona. De outro está um menino judeu de dentes apodrecidos e com fome preso num campo de concentração. Apesar de pertencerem a universos tão distantes, apenas uma grade elétrica separa os dois garotos. A maior sacada do diretor reside no fato de deixar de lado as crueldades do regime nazista, ciente de que o espectador já sabe de tudo que aconteceu naquele período, e se concentrar na amizade que é construída pelas duas crianças. Herman apenas sugere as atrocidades através de suas imagens. Como, por exemplo, quando aparecem as chaminés do campo de concentração soltando uma forte fumaça e o público entende o horror por trás daquela nuvem negra no céu. Com muito bom gosto e sem apelações, o cineasta toca o espectador ao mostrar a inocência em meio a uma guerra. Sem se dar conta da destruição que acontece ao seu redor, as crianças se mostram completamente alheias ao ódio disseminado por suas origens e imersas em seus próprios universos. E o talento dos dois protagonistas é parte fundamental da história. Os meninos Asa butterfield e Jack Scanlon estão perfeitos em seus papéis. Assim como Vera Farmiga, que interpreta a mãe do garoto alemão. Bruno (Asa Butterfield) é um menino de oito anos que, filho de um oficial nazista, se vê obrigado a mudar de vizinhança e abandonar seus amigos. Seu pai (David Thewlis) administrará o campo de concentração de Auschwitz e Bruno não fica nada contente de ter de se mudar para o interior. Logicamente, o menino não sabe da atividade do pai e pensa que as pessoas que vivem próximas à sua nova casa são apenas “fazendeiros”. Entediado pela falta de companhia, Bruno decide explorar as imediações do lugar e acaba descobrindo o campo de concentração que seu pai coordena. Lá, ele conhece Schmuel, um garoto da sua idade que foi enviado ao campo e nem mesmo sabe o porquê. Separados por uma cerca eletrificada, Bruno logo indaga sobre o número presente na camiseta de Schmuel e sobre seu “pijama listrado” (uniforme que todos os judeus eram obrigados a usar dentro do campo de concentração). Mas é óbvio que Schmuel não sabe explicar sobre isto e apenas explica que todos devem usar o tal “pijama” e todos também carregam números. Quando chega a vez de Schmuel perguntar sobre a vida de Bruno a primeira dúvida do menino é se existe comida onde Bruno mora. A partir daí, vai se construindo uma forte amizade entre os dois e todos os dias os garotos se encontram naquele mesmo local. Enquanto isso, a mãe de Bruno (Vera Farmiga), aos poucos, percebe a participação de seu marido nos absurdos cometidos pelo regime nazista. A moça passa a sofrer conforme vai notando que se casara com um homem que não era bem aquilo que ela pensava ser. Tentando proteger seus filhos de toda aquela monstruosidade, ela é obrigada a ver sua filha mais velha, Gretel (Amber Beattie), ser doutrinada por um professor nazista responsável pelo ensino particular das crianças. Ele realiza uma verdadeira lavagem cerebral na garota e deixa sua mãe cada vez mais assustada com a situação na Alemanha. Bruno acaba não sendo afetado já que na maioria das vezes não entende as idéias de seu professor. Quando seu pai resolve colocar sua família novamente de mudança, em função dos problemas que o nazismo traz para o seu casamento, Bruno não aceita a novidade por causa da amizade que construiu com Schmuel. Ao contar a má notícia a Schmuel, o garoto judeu diz que seu pai está desaparecido e Bruno resolve ajudar a encontrá-lo. Para isto, eles planejam um modo de colocar Bruno dentro do campo de concentração sem levantar suspeitas. Schmuel arranja um uniforme para o amigo e Bruno leva uma pá até o campo para cavar um buraco e assim poder passar por debaixo da cerca. Só que esta atitude dos garotos trará conseqüências terríveis. Uma triste e cruel ironia do destino se anuncia. E “O Menino do Pijama Listrado” chega ao seu clímax chocando até mesmo o mais insensível dos espectadores que, conduzido pela excelente trilha sonora de James Horner, mal pode acreditar no desfecho que acabou de assistir.


Por Gabriel Von Borell



Ficha Técnica
Título Original: The Boy in the Stripped Pyjamas
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 94 minutos
Ano de Lançamento (EUA / Inglaterra): 2008
Site Oficial: www.boyinthestripedpajamas.com
Estúdio: BBC Films / Miramax Films / Heyday Films
Distribuição: Miramax Films / Buena Vista International
Direção: Mark Herman
Roteiro: Mark Herman, baseado em livro de John Boyne
Produção: David Heyman
Música: James Horner
Fotografia: Benoît Delhomme
Desenho de Produção: Martin Childs
Direção de Arte: Mónica Esztán, Rod McLean, Razvan Radu e Szilvia Ritter
Figurino: Natalie Ward
Edição: Michael Ellis


Elenco
Asa Butterfield (Bruno)
Zac Mattoon O'Brien (Leon)
Domonkos Németh (Martin)
Henry Kingsmill (Karl)
Vera Farmiga (Mãe)
David Thewlis (Pai)
Cara Horgan (Maria)
Amber Beattie (Gretel)
László Áron (Lars)
Béla Fesztbaum (Schultz)
Attila Egyed (Heinz)
Rupert Friend (Tenente Kotler)
David Hayman (Pavel)
Jack Scanlon (Schmuel)
László Nádasi (Isaak)

13 comentários:

  1. Olá gabriel

    Eu achei esse filme muito interessante. RECOMENDO! Ver os horrores do nazismo de uma forma implícita não diminuiu em nada a carga dramática do filme. Por ser um filme que mostra a inocência de duas crianças, podemos ver a guerra de um ângulo diferente que normalmente é mostrado.

    Abraços e até mais.

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  2. Envolvente e emocionante. Ótimo filme! :)

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  3. Já ouvi falar deste livro muito bem.

    Vamos ver se o filme é bom tb.

    Ah, que bom q gostou da dica

    abração

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  4. opaa
    essse filme deve ser bom
    vi um ontem de guerra com o gene hackman mto louco tbm

    http://publicandobr.blogspot.com/2009/08/um-pouco-de-humor-negro.html

    passa la
    abraço

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  5. Tenho esse DVD. O livro eu ainda não consegui...
    Todas às vezes que vejo esse filme é como se fosse a primeira vez. Impossível não se emocionar!!! Acho a história massa!!!

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  6. black layout suites the contents ad look pretty.

    good way..

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  7. Já tinha lido algumas críticas sobre esse filme e me interessei bastante, mas acho que vou ler o livro antes xD Até mais.

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  8. Nossa, não sabia da existencia desse filme, mas jha tá anotadíssimo, por que me interessei muito.

    Valeu a dica =)

    beijo

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  9. não consegui ver no cinema, mas já está na minha lista.

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  10. Eu quero muito assistir esse filme
    vi vários artigos sobre ele em paginas
    eu acabei de assistir "Get Real"
    nossa muito interessante o filme, faz as pessoas pensarem mais nas coisas simples que cada pessoa sente e pensa
    vale a pena assistir esse filme

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  11. Muito emocionante o filme. Mas não aprovo porque induz ao erro. Como muuuiitos outros por aí. Uma porque uma cena como esta da capa, pra começar,jamais seria possível pra que tem uma mínima noção de como eram os campos de trabalho forçado da época.Os ditos campos de concentração.Jamais se poderia se estabelecer uma conversa entre duas pessoas através da cerca sem que fosse aos gritos, isso porque não era UMA cerca e sim uma sequencia de TRES ou QUATRO cercas consecutivas.Portanto apertos de mãos eram impossiveis também quanto mais jogos de tabuleiro.Enfim, mais uma 'mentirinha' que vende bem aproveitando as 'costas largas' da alemanha da época.O que é pior é que se trata de um filme que "pretende" mostrar uma historinha "quase" real.Pfff... quem não conhece compra!
    Saudações
    Gostei do teu blog !!

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  12. só pra dar uma idéia da falcatrua desses filmes ae....
    www.youtube.com/watch?v=nROqGjAuCmg

    Saudações.

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  13. ASSISTI NA ESCOLA, E CHOREI. MUITO EMOCIONANTE.

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